O consórcio Amlight, que gerencia as conexões internacionais entre os Estados Unidos e a América Latina para fins de ensino e pesquisa, anunciou a ativação de novas conexões internacionais de 100 Gb/s em Fortaleza, no Ceará, e em Santiago, no Chile. Com esses novos links, os pesquisadores e estudantes nos dois países terão acesso a uma nova infraestrutura de rede com largura de banda dez vezes maior, em benefício da colaboração acadêmica internacional.
(Fonte: RNP, com informações de Amlight) Os novos links fazem parte do projeto AmLight Express and Protect (AmLight Exp), que recebe recursos da National Science Foundation (NSF) e tem duração de cinco anos. As conexões formam um anel entre Miami, Fortaleza, São Paulo, Santiago e novamente Miami, o que torna a capacidade de 100 Gb/s também disponível em Santiago e Fortaleza. “Esse anel logo será conectado aos futuros cabos submarinos Ellalink (de Portugal) e SACS (de Angola), formando o que deve ser chamado de Encruzilhada do Atlântico Sul (South Atlantic Cossroads-SAX)”, informou o diretor de P&D da RNP, Michael Stanton.
As conexões de altíssimo desempenho também atenderão ao projeto LSST (Large Synoptic Survey Telescope), telescópio em construção em Cerro Pachón, no Chile. “A rede permitirá que os dados do LSST viajem em segundos para nossa unidade de dados no Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação (NCSA, em inglês) da University of Illinois, onde eles serão processados em tempo real para alertas de eventos transientes e lançamentos anuais de dados contendo bilhões de galáxias e estrelas”, informou o gerente de projetos do LSST, Jeffrey Kantor.
O pesquisador da Universidade Internacional da Flórida (FIU), Julio Ibarra, destacou as posições geograficamente estratégicas das duas cidades. “Ao adicionar Santiago e Fortaleza ao anel da AmLight-ExP 100G, as atividades educacionais e de pesquisa entre os Estados Unidos e os países da América do Sul poderão contar com uma infraestrutura de rede com mais resiliência e de alta capacidade”, declarou o pesquisador.
De acordo com o coordenador do projeto da rede acadêmica de São Paulo (ANSP), Luis Lopez, a confiabilidade de grande largura de banda é um desafio em um país continental como o Brasil. “Este grande trabalho da RNP com empresas de eletricidade do Brasil nos permitirá estender um backbone de 100G da floresta tropical do extremo norte até as planícies do sul. Não precisamos dizer como isso é importante para a colaboração científica nacional e internacional no continente americano”, disse Lopez.
O consórcio AmLight é um grupo formado por universidades e redes acadêmicas locais, regionais e nacionais: a Universidade Internacional da Flórida, a RNP, a ANSP, as redes acadêmicas do Chile (Reuna), da Flórida (FLR), dos Estados Unidos (Internet2), a RedCLARA, que conecta as redes acadêmicas na América Latina, a Associação de Universidades de Pesquisa em Astronomia (AURA) e a operadora de telecomunicações Telecom Italia Sparkle.